Humanidade por Adriana Janaína Poeta

Que maravilha seria
para os algozes,
os que cometem crimes,
os que matam por luxúria
ou cobiça,
os que traem e corrompem,
os que aviltam
e em cujas mãos  e almas
chafurdam todo o tipo de iniquidades,
abusos, covardias e omissões,
como seriam agraciados,
coroados pelo silêncio
e o conformismo,
tendo sob suas botas sujas,
vidas inocentes e puras,
sem nada ou ninguém,
nenhuma voz justa e valente,
desperta o suficiente
para impor-lhe oposição?...

Em que mundo insano e perdido
viveríamos,
se diante dos coro dos déspotas
os anjos se calassem,
retirando-se mansos e pacíficos
para abrir total caminho
a escalada de maldades e injustiças?

O inferno seria então transmudado,
não no lugar onde fogo
e ranger de dentes coabitam,
mas onde almas covardes
se escondem,
fechando os olhos para vítimas
e vozes inocentes,
sob o céu de impiedades consentidas.
Não seríamos mais humanidade,
seríamos apenas perversidade.

Que bom seria para os corruptos,
os assassinos, os abusadores
que roubam infâncias e sorrisos,
invadindo o sagrado da intimidade,
trancando no poço escuro
a esperança,
este sol da vida,
cerrando as portas para a alegria
e a coragem,
a crença no Homem e no futuro.

Jogariam então a chave fora,
instalando o reinado negro
da barbárie instituída.
Existem tão poucos raios de luz
que ousam rasgar as nuvens
e bramir a espada da verdade,
defendendo o humano,
ser livre e igual em direitos,
protegendo os mais fracos,
as crianças, os humildes,
os que sofrem abusos e injustiças,
os que tem fome e sede,
os abandonados à própria sorte...

Que mundo escatológico e medonho seria,
se diante de injustiças e crimes,
todos silenciassem,
e nenhuma voz ousasse
num ímpeto contínuo,
resistir a maldade...
Que jamais chegue este dia.
(Humanidade por Adriana Janaína Poeta)














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