Gritos na noite Por Adriana Janaína Poeta/ in Estrela do Mar/ Clube de Leitura dos Poetas


Gritos na noite
Por Adriana Janaína Poeta

O poeta também erra,
ama, chora, sofre, ri,
sente frio e calor.

O poeta as vezes tem medo,
duvida e lamenta,
suspira e divaga.

O mundo que é tão vasto,
pode ser pequeno,
frio, mesquinho...

O poeta tem
um lado brilhante
e outro sombrio.

A alma grande é um pássaro
que olha o horizonte
acima dos muros.

O poeta está na carne.
é o pão que prepara
misturando ideias e sentimentos…

Sovando a massa com a sua dor,
e aquecendo no forno
com a sua esperança e alegria.

O que oferece é a soma do que viveu
e se tornou,
algo que muitas vezes não suspeita ou vê.

É solitário escrever,
ouvir o chamado do vento,
todos os gritos na noite.

Sentir que a vida
é nuvem,
e o tempo uma espada.

Na arte,
assim como no nascer
e pôr do sol…

A eternidade fala,
transbordando de beleza,
feito fogo e mar.

O poeta é comum,
alguém tão estranho
e errante.

Um ser que mergulha em dois mundos,
e vive ao mesmo tempo
na ordem e no caos.

Seus olhos são abismos tão profundos…
No seu olhar perdido
existe a estrada e o sonho,  a guerra e a paz.


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